Ano novo, novas perspectivas.

By Daniel de Castro - janeiro 01, 2021

 



  Olá pessoas, blz? 2021 ... ano novo ... vida nova? Cresci reparando algo em comum com muitos pais e avós, uma frase e um comportamento "rígido" que os prendia, amargurava, que ao menos parecia trazer um sofrimento lamentoso que roubava leveza deles, um longo e lamentoso "Na minha época era diferente...". 

  Opinião e gosto cada um tem o seu, nem sempre sensatos, nem sempre com base em coisas "compartilháveis", coerentes ou lógicas, mas acho que é direito de cada um ter uma opinião, porem o respeito e o bom senso deveriam sempre ser o norte quando envolve debate sobre opiniões.

  Principalmente na era dos "formadores de opinião" parece cada vez mais utópico esse respeito à opinião alheia, parece que hoje em dia algumas coisas como relevar ou respeitar tentam ser transformados em fraquezas, o que é uma pena, pois nunca foi tão possível trocar ideias com tanta gente de tantos lugares que sem a tão amada/odiada conectividade. Quantas chances perdemos de agregar pontos de vista sobre tanta coisa, parece que tem um lado "certo" e todos os outros "errados", qualquer um que cometa um equívoco é prontamente "cancelado", punido ou perseguido, quando não literalmente agredido.

  Essa "intolerância" com gerações diferentes talvez poderia ser melhor combatida com coisas mais simples do que se pensa, humildade, empatia, amor ... tenho 38 anos e já tive o prazer de conversar com jovens com sei lá, metade da minha idade e mais inteligentes, preparados, antenados e muitas coisas que prefiro da minha época são nada menos do que meu gosto, com uma pitadinha de incapacidade de acompanhar um ritmo que talvez não consiga, talvez não queira, mas não é para mim, é tão difícil admitir isso?

  Talvez no dia em que cada um preencher minimamente suas "lacunas" antes de tentar esvaziar a do próximo, se preocupar mais com o que quer fazer do que impedir os outros de fazerem, cuidar de sus erros antes de crucificar os dos outros as coisas fiquem mais leves, e me coloco nesse bolo também, por mais que focado no amor e gratidão, tem dia que acordo do avesso, torto e brigão, dou minhas derrapadas mas, por um misto de sorte e boas companhias até aqui nada foi tão crítico que não pudesse ser amenizado.

  Em 2021 quero novas perspectivas, não ser escravo de sucessos, de vitórias ou soluções. Quero me fortalecer emocionalmente, voltar a ativa e poder por em pratica tanta coisa teórica que sinto que me tornaram uma pessoa melhor, e não para provar nada para ninguém, mas tem hora que é difícil ter "a vida fácil que tanto incomoda". Muitas vezes, algumas trocas feitas nas entrelinhas são literalmente invisíveis aos seguidores das cartilhas de vida, os que seguem um tempo para cada coisa, cada conquista, cada ciclo social, os que não respeitam os diferentes seja por qual motivo for.

  Ser diferente nem sempre é opcional, as vezes até gostaríamos de seguir algumas cartilhas, parece que dá para ser feliz com algumas delas, mas simplesmente para alguns de nós não dá, e já é tenso lidar com essas frustrações por si só, a cama confortável vista pelo outro muitas vezes é um incômodo leito que talvez hoje tenha se adaptado a uma gratidão por coisas que a maturidade sem revolta permite, mas os dedos nas feridas sugam uma energia que talvez, se aplicada em uma nova busca, uma nova perspectiva, ou até não nos fizesse "fugir desesperadamente" do leito antes da recuperação completa, pudessem não só nos fazer esquecer e superar as etapas não concluídas como até facilitar a busca por substituições.  

  Em 2021 quero pensar mais em como me adaptar, como me manter, como não deixar um dedo na ferida me mover para onde não quero ou deveria ir, quero que a lembrança de tudo o que já fiz para fugir da dor que, muitas vezes era etapa da cura, me levou a retroceder, muitas vezes até prolongando sofrimentos evitáveis. Quero seguir meus instintos e pagar por cada erro, mas sem o trauma de não conseguir mais tentar. Quero estar com pessoas que gosto, quero que "não querer estar só" não me aproxime de quem me faça "nunca mais conseguir ficar só", quero paz, amor e fé, uma vida leve e simples mas cheia de pequenas coisas boas, quero escolher ser eu e meu sorriso bobão antes de ter que fechar a cara e me mutilar em troca de respeito, quero deixar que pensem, que digam, que falem ... só não quero ser pisado ou agredido, e se possível quero muito não querer revidar ( infelizmente ainda quero muito, mas bem menos que antes rs) pois sinto que perco quando uma violência me faz ser violento, mesmo quando é um espelho do que tenho dentro, pois essa sombra eu faço questão de remover do meu caráter.

  Quero mais leveza, fé no outro sabe, essa coisa de todos são maus torna tudo tão difícil, somos seres sociáveis pow"! Tá na hora, ao menos para mim eu acho, de sair da toca! Tá tenho esse e aquele defeito, bls, mas e as qualidade? Tanta gente vive por trás de bons empregos, boa aparência, status e tal, não quero ser como esses, apenas achar minha galera, pessoas mais preocupadas em ser e estar sabe, sei que eles estão por aí, e quando o peso das frustrações deixarem cada um deles abrir a porta, as ruas serão ais leves, essa galera tá por aí, se tratando, curando as feridas e não para uma vingança mirabolante contra os "opressores", é óbvio que eles merecem lições, mas cara, um dia se planta o que se colhe, que não sejam os pacífico os muros para os vagões desgovernados cheios de violência que um dia certamente vão colidir. 

  Quero não só em 2021, mas até o último dia de minha vida manter o desejo de conhecer gente, de conversar, de interagir, não por carência ou para dar lições, apenas por sentir como é bom trocar ideias, essa maldita fobia social cresceu quando a dor me fez generalizar, passei a ver TODOS como possíveis fontes de dor e hoje a única dor que busco é a da saudade que fica quando uma grande pessoa se vai, uma dor que com o tempo é transformada em gratidão pois é uma honra ter conhecido tanta gente boa e imagine quanta gente assim tem por aí escondida, se "transfigurando" para ser aceita por que é intolerante com o jeito alheio, algo tão precioso de cada um.
  
  Que cada vez mais, cada um possa escolher ir ou ficar, rir ou chorar, sim ou não, talvez ... que cada um seja dois, três ... mas que o barulho dos intolerantes não deixe todos surdos. Que a cada ciclo novo cada um aprenda a lidar com suas diferenças sem as rotular como absurdos, que cada um seja livre para não se aprisionar por aceitação :) 

imagens via: Pixabay

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