Desenterrando cada conquista esquecida ...

By Daniel de Castro - janeiro 29, 2021

 



  Olá pessoas, beleza? Se você jogar no google "sucesso" e buscar significado, o 1º é "aquilo que sucede; acontecimento, fato, ocorrência." ... mas será que é fácil desassociar sucesso de algo maravilhoso, diferenciado ou positivo. Por exemplo, considerar que uma vida é um constante sucesso? Positivo ou negativo e isso me levou a pensar sobre o que realmente é positivo ou negativo para mim.

  A vida vai propondo para uns, impondo para outros e acredito que a dor do que tem muitas opções e se perde não é tão diferente do que só tem a opção que não consegue escolher, acho que dor é algo muito pessoal para medir ou rotular, percebo algumas obviamente maiores, percebo algumas insuperáveis, percebo outras e não consigo sequer supor as dimensões ... acho que isso é a vida, cada limite é apenas suposto e por mais que alguém que amamos, admiramos ou apenas confiamos nos jurem que atrás daquela porta tem uma sala grande, só saberei o tamanho do grande descrito se abrir a porta e medir a sala. 

  Então como medir coisas simplesmente imensuráveis? Como não esquecer o tamanho do meu grande? Como não ver meu grande pequeno depois de ver um enorme alheio? Uhhhm ... maldou né? rs, sei que humor dá a leveza necessária para não pirar às vezes, e percebo que quando conseguimos rir de nossos problemas pode ser que estejamos aprendendo a lidar com eles, mas assim como a musica diz, "rir é bom, mas rir de tudo é desespero", na minha humilde opinião.

  A pergunta hoje para mim não é "como medir" mas "quando medir" ou "se devo medir" sabe? E isso me transportou à alguns passados, logo quando me jurei não fazer mais isso mas, graças ao meu estratégico 1% de talvez para literalmente tudo, percebi que a viagem dessa vez poderia ser diferente. Sabe quando alguém fala que ir a certa praia é maravilhoso e você vai no pior dia possível, sem protetor, sem chapéu, não leva comida e tem o pior dia de sua vida? O problema não foi o concelho, a praia ou a decisão de ir até lá, mas "como isso foi feito". 

  Voltar ao passado antes era para me machucar, só percebia oportunidades perdidas, pessoas que não posso mais ver, erros ... mas e as lições? Olhar para um erro do passado sem ter ao menos um presente ou perspectivas, mesmo que apenas supostas, de um futuro pode ser como passear em uma linda floresta sem bússola, fardados a nos perder. Todo antídoto pede um pouco do veneno, mas e a dose? Teste e erro, mas e o custo de cada erro? Esse tenta e erra que antecede o acerto nunca traz a tão esperada placa de "essa é a última" ou "essa não é a última", mas algumas coisas amenizam durante a busca, quais coisas? Cada um encontra as suas.

  As minhas? Perdão. Olho para os erros do Dani de menos de 39 e sei que era outro, que não é culpa de seu erro eu estar como ou onde estou, mas ele me conta muito de como vim parar aqui, fundamental para sair se for o que quero e principalmente aceitar enquanto não posso sair. Amor. Olho para cada pessoa que não posso mais ver, cada uma que me foi importante com amor e hoje isso é maior que a saudade, choro, dói saber que não às verei mais, mas a gratidão de ter conhecido cama uma delas hoje me conforta, sinto como se finalmente estivesse conseguindo amar cada um deles tanto que a dor de lembrar não vira mais sofrimento. Esperança. Não me permito mais projetar perspectivas cruéis, principalmente comigo mesmo, tento não deixar meu medo e insegurança não voltar no tempo e transformar uma experiência ruim que deu errada na última tentativa sabe? Me permito tentar sem me destruir sempre que for possível e muitas outras coisas vão, cada uma, ajudando a acessar esse maravilhoso e útil banco de dados chamado passado.

  Voltar lá nem sempre é possível. Hoje entendo e respeito que algumas dores ou euforias podem nos fazer querer morar no passado ou querer tanto que ele não se repita que nos faça desperdiçar novas chances. Mas ultimamente tenho feito alguns resgates, desenterrado cada conquista esquecida, tem sido mágico, libertador.

  Volto no Dani que pediu uma demissão que prejudicou muita gente mas o fez manter seu orgulho, isso por hoje saber que um pouco mais à frente, esse "orgulho bobo" o salvou de uma depressão, o defendeu de alguns ataques sobretudo dele mesmo. Volto no Dani que tentou até quebrar e o abraço pois, só olhava para o que quebrar o fez perder, mas não percebia que quebrar naquele tempo o permitiu tentar se recuperar hoje, não posso garantir se isso seria possível até qual amanhã exatamente. Volto aos erros e cada um tem algo para me ensinar, obviamente alguns tiveram preços caros, mas isso me lembra a responsabilidade de escolher. Volto a cada coisa que percebia ter perdido e é mágico como até aqui, NENHUMA eu merecia ter sido minha. Umas por despreparo meu, outra por simplesmente serem "coisas sem dono". Volto a momento mágicos, lugares lindos, pessoas que hoje já não são mais aquelas mas ... eu também não sou e já as julguei muito por mudar, talvez nessa época o preço deste erro tenha sido um dos mais caros pois, durante muito tempo me vi sem ter o direito de mudar só para poder cobrar os que mudam, e sentir a dor disso me fez respeitar muito os que escolhem pagar, assim como os que fogem dele, só não quero mais julgar nada além das minhas atitudes e omissões.

  Desenterrando cada conquista esquecida desenterrei alguns monstros e tive terríveis derrotas, sei que muitas outras virão mas, cada vitória contra um desses meus monstros é fundamental. Eles estava ali me matando lentamente, não os enfrentar parecia confortável, mas eles iam se transformando em coisas destrutivas, me paralisando, sugando a beleza de momentos, afastando pessoas e momentos, mesmo caído, quebrado, apanhando feio tento não me render ao medo e cara, não me entenda mal, não é todo monstro que pode ser enfrentado sozinho, alguns pedem armas que não temos e nessa hora talvez seja sábio fugir ou se esconder, o medo é um aliado até certo ponto, mas quando nos paralisa ou guia, talvez seja hora de buscar ajuda.

  E assim seguimos tentando, mesmo em uma situação aparentemente confortável é importante se perdoar, se amar e tentar se entender antes de fazer isso por outros pois, mesmo querendo nosso bem, muitos vão julgar e destruir coisas que podem ser pilares importantes para nós. Cada um deveria ter pessoas que os guiasse até um lugar seguro até poder levantar e lutar mas nem todos tem então, que cada um encontre seu meio termo, consiga abrir mão a sem entregar nada que não queira, venda tudo que queira sem precisar roubar nada depois e que nunca deixe o fato de querer muito algo, de precisar muito de algo transforme em verdade a frase "os fins justificam os meios", creio que acreditar nessa frase é perigoso, apenas uma opinião, gosto mais de pensar que os fins levam a finais, nem sempre belos mas muitas vezes lindos, e que cada um encontre os seus :) 

imagens via: Pixabay

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