Vou sendo enquanto não consigo ter

By Daniel de Castro - fevereiro 04, 2021

 



  Olá pessoas, beleza? Nossas lutas são nossas, maiores ou menores, diferentes ... não acho legal comparar dor ou dificuldades, por mais que todos tenhamos o direito de pensar e ter opinião, tem hora que dói medir. Tem hora que, na minha humilde opinião, é se esconder nos sonhos, se agarrar aos amores, se jogar na esperança, tipo voltar a ser criança sabe? Isso para não quebrar, quando aprendemos a confiar no amanhã, fica mais fácil resistir ao hoje e perdoar o ontem, e pensando nisso, me veio esse bando de palavras.

Essa dor vai e vem como minha alegria e é assim
Não sei se isso é vida, se um dia o pêndulo para no meio
Só queria saber que tudo ficará bem no fim
Enquanto não posso saber, apenas creio

Me sinto com um fogo ardendo na mente
Me sinto gelo tentando não ser água no chão quente
Adoraria me enganar e não me ver como alguém doente
Mas ilusões e sonhos se separam à cada dia, dolorosamente

Não quero deixar dor virar sofrimento
Já andei pelos vales frios e escuros do pessimismo 
Quero curtir cada segundo, perceber cada pausa e movimento
Quando consigo achar esperança e amor me apego ao otimismo

Escolho amor, caço a paz, canto e danço
Mas o conto da formiga e a cigarra me faz repensar
Culpa e dor açoitam e de vez em quando eu canso
Por sorte quase sempre caio em um lugar confortável que me permite levantar

Quando não, me quebro e me remonto tentando ser cada vez menor, melhor e mais leve
É difícil manter algumas grandezas quando não se pode às carregar
Culpa e dor sempre estragam coisas e momentos dos sensatos que ainda devem
Mas escolho amor, paz e esperança até um dia poder pagar

Lembrando que devo não juro mais o que não posso cumprir
A dor do que perdi ou não tenho me ensina a valorizar
Escolhas nem sempre fáceis ou possíveis de perceber ou decidir
Mas para quem se encontra perdido muitas vezes só resta se aventurar

Cada momento mágico que posso viver parece comprometido
Cada nova tentativa frustrada se parece mais com a última
Espanto aos gritos e prantos esse medo intrometido
O bom de muito perder é que cada pequena chance se torna linda e única

As falhas já não parecem mais tão vergonhosas
Mas tentar cansa cada vez mais
Uns de nós não querem ou conseguem lutar por coisas rotuladas maravilhosas
É pedir muito um silêncio ou abraço, um copo de amor e paz?

Não é sobre tentar mas se adaptar
Não é sobre ter mas ser
Não é que eu não queira mais tentar
Apenas quero em paz, no meu pouco que amo viver

E chamo injustamente de pouco coisas que desisti de moldar
Não por pensar assim, mas por aceitar que muitos pensam
Aceitar que a maioria definiu um nome não é concordar
Respeito à todos, os que desistem e os que ainda tentam

Mas um dia as coisas se encaixam e volto a voar
Em um dia que sei que chegará, talvez serei o cara que tenho que ser
Talvez não, talvez aprenda a saltar e planar
Mas até lá escolho o amor e a paz, vou sendo enquanto não consigo ter
                    e por mais que me doa cada falta
                       essa dor não vai me impedir de viver






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