A tormenta que eu busquei.

By Daniel de Castro - março 14, 2021

 



  Olá pessoas, beleza? Em tempos difíceis, aos que se esforçam para aprender a transmutar coisas, muita abundância se esconde por de trás de cada escassez, é difícil, essa coisa de perceber a lição de cada dor antes de se agarrar ao sofrimento, de se perceber o vilão que cria crimes em consequências dos nossos atos só para ser visto como herói, dói trazer responsabilidades principalmente quando isso não pasta para mudar, aí conseguir transmutar é libertador, nos ajuda a lembrar sem se acusar, a se perdoar. Assim me vem mais um bando de palavras.


  Tem dia que lembrar é segurar uma pesada espada pela lâmina dupla e amolada, é tentar dormir na pedra de gelo mais gelada, é pisar na lama esperando não me sujar, mas esse belo dia vai chegar, o dia que vou entender os motivos, esquecer os potenciais culpados, estarei muito ocupado vivendo e sendo, consequentemente tendo o que me falta, até lá só preciso aguentar, me mover, se não puder voar me arrastar, só não posso parar de tentar.

  Esse portal mágico para a maturidade nunca existiu, as lições compradas e supostas até me trazem respostas mas nem sempre vivo a verdade que procuro, fico em cima do muro cantando como a cigarra mas cansado como a formiga, e por mais cansado e assustado, por mais envergonhado por estar à tanto tempo parado, o movimento da ente pode deixar qualquer um doente, ateu ou temente, não é Deus ou ciência que prestarão reverência à minha impaciência de entender e respeitar quem sou, se não faço comigo o que imploro aos outros, se não me aguento na solidão e amarro o outro com medo ou gratidão, talvez esteja em mim o começo e o fim da caminhada que quero evitar encontrando o tal portal para me salvar.

  Um dia isso termina, tem dia que isso soa bem, tem dia que isso me alucina, me joga numa roda de rato, me faz assinar sem ler qualquer contrato que me garanta a tal paz e leveza que eu nem conheço, no fundo eu mereço, mas não vou me punir, chegou a hore de unir o que dói com o que me aquece, tem um eu dentro de mim que sempre se esquece das lições que quer repetir, não se trata de falhar ou conseguir, percebo que caço sensações, emoções e razões para a caça, mesmo que isso me desfaça aos poucos, percebo que esse silêncio educado não disfarça o louco doido para sorrir e brincar, amar e desfrutar de tudo que a vida dá, mas me disseram que não é meu sem me explicar que coisas que não são minhas podem ser maravilhosas se eu apenas desfrutar, sem me preocupar quando vai acabar, talvez sensato seja avaliar os riscos e preços pois o mesmo rio pode ser atravessado pela ponte, o barco ou por aquele que sabe nadar. 

  E aqui estou eu tentando aguentar mais um dia, tanta coisa me dá alegria mesmo no pior dia, entendo hoje que a lama pode ser limpa com a incômoda água fria, sei que minha mente não quebrou ou parou, pode apenas está doente, mas tenho fé que ali em frente os anticorpos serão gerados, estarei sarado ou ao menos sabendo como lidar com essa coisa na mente que insiste em me parar, vontade de correr, chorar e gritar, eu o faço se isso me aliviar, essa dor que me ensina eu me permito, só não vou me apegar, aprendo, agradeço e da lição não esqueço, hoje creio que a dor ensina tudo o que o sofrimento tenta apagar, minhas memória me traem com minhas vontades, minhas desculpas encontram conforto em minhas necessidades mas eu devo ser fiel à mim e as coisas que escolhi ter saudade, o amor pela dor me destrói, mas amar o que a dor me permitiu conhecer me reconstrói, me dá coragem de herói de tentar mais uma vez, de olhar para traz e ver alguém diferente de mim e perdoar, amar, seguir a vida até me tornar digno de viver a dor sem permitir que ela possa me atormentar. 

Imagens via: Pixabay

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