Cada momento.

By Daniel de Castro - março 12, 2021

 



  Olá pessoas, beleza? O "bando de palavras" veio da ideia de liberar como palavras tudo que pede saída, um conglomerado de pensamentos, sensações, ideias, experiências, projeções, realidade, fantasia, eu, eles, nós ... sinto que deveria por isso para fora, hora só para não explodir, hora por sentir que esses fragmentos de alma podem gerar algo, então sempre que algo me conforta ou atormenta, algo passa do ponto em que posso suportar aqui dentro ele vem como esses bandos de palavras. 


  Acordo no susto e desesperado coloco a não no peito, foi só mais uma crise e vai passar, sei que posso aguentar, já foram muitas e ainda estou aqui, não quero nem posso desistir, a vida ainda é bela e as pessoas ainda são maravilhosas, não deixarei que essa noite horrorosa defina meu trato, é só lembrar do som da chuva, do cheiro do mato, daqui a pouco passa e esse peso que meu peito e mente amassa vai ser lembrança de como posso sair, posso resistir, respirar fundo e meus olhos abrir, logo encontro um motivo para sorrir. 

  Olho uma notícia, leio um texto, escuto uma música, abro a janela, sei que algo ainda me espera, sei que isso que me tornei me basta até aqui, sei que vou achar um eu melhor amanhã e é só lembrar que o de ontem parecia bom, mas nadar contra a maré desgasta, uma poderosa tempestade sempre me arrasta por ser diferente de quase tudo que precisava ser, isso me impede de ter, de cuidar de você, a preocupação que carrego alimenta o medo e me faz perder o ser que sou atrás de algo confortável até poder achar como ter o básico que não me falta sem sentir que estou tirando de alguém, e ainda bem que essas almas caridosas estão aqui, não sei como seria sem elas, sem eles, certamente não iria conseguir.

  Olho nos teus olhos e sei quem sou, o quanto isso é maravilhoso mas também como é pesado e penoso não poder contar com quem deveria somar, isso tenta me deprimir, rasga a alma e espanta a esperança, desperta cada adormecido medo de criança, faz parecer certo desistir mas cada olhar que abriga uma alma que ama é como um belo louvor, me leva a um precioso torpor onde durmo, descanso, volto a ser criança e me balanço até a tempestade mental passar, lembro que cada medo de criança teve um mentor, um protetor e que enfrenta-los me ensinou, aí lembro de tudo que agrego mesmo que para muitos não tenha valor, mas que ainda é precioso aos meus amáveis amores, isso alivia minhas dores e me fortaleço até a próxima tempestade.

  A crise passa, as cores voltam, respirar volta a ser natural e já não sei mais o que me trouxe a tempestade, mas percebo meus abrigos, minhas lições, meus amigos e o amor cada vez mais alivia minha ansiedade, vou remontando cada crença, dissolvendo algumas certezas e assim me deparo com novas belezas, percebo que a areia da praia e a do meu quintal pertencem à mesma natureza e isso me faz ver o que antes não percebia, me dá vontade de tentar mais uma vez, seja noite ou seja dia, escondo um pouco de paz em pequenas coisas e pessoas, momentos únicos que me fazem bem e assim reencontro a fé e a alegria, no fundo sei que estou vivendo um presente chamado presente, que poderei viver um bom momento se sobreviver bem à cada pior dia. 

Imagens via: Pixabay

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