Eu só queria ser a leveza que busco.

By Daniel de Castro - março 21, 2021

 



  Olá pessoas, beleza? Sabe aquela pessoa amada, importantíssima, querida, que não consegue seguir depois de uma ( ou mais de uma ...) ferida, que parece carregar uma "aura de dor", uma "armadura pesada" que não o deixa tentar novamente? Tentar amar, tentar perdoar, tentar viver, a dor muda as pessoas e isso incomoda muito, principalmente quando nos damos conta da impotência diante da mudança alheia. Amar é respeitar, e deixar que a pessoa encontre seu caminho, sua forma de lidar, de sarar a ferida ou aprender a viver com ela é um respeito que parece muito indiferença aos olhos de quem não pratica ou conhece a inteligência emocional. A dor dessa agonia me sussurrou um bando de palavras.


  A vida nem sempre é o ato de viver, viver pede perceber, a si e ao outro, não dá para cavalgar em um jovem potro por mais pressa que tenhamos e culpamos o quão lento cresce o cavalo, algumas coisas apenas ocorrem, estar vivo e viver são coisas tão diferentes quanto correr e ocorrer, ainda tem a incômoda obrigação de ter que vencer, a covardia sempre emaranhada em abrir mão, nem que isso te leve a solidão, te afaste de qualquer gratidão, alguns vivem vidas como se decorassem passos, como se fosse só desatar os laços com tudo que nos contém, mesmo que possam nos conter. 

  A vida é bela, condomínio, favela, leoa, gazela, selva, cidade, uns motivados pela conquista outros atrás de suas necessidades, não importa a idade, uma hora o que não teve a incômoda e frustrante conversa com seu eu vai perdendo a singularidade, se mesclando com seu ambiente, contrastando com a própria raridade, ordinário bem sucedido mesmo que por si esquecido, o que é mudado e o que é corrompido talvez só seja notado quando não der mais para desfazer, e chamam isso de crescer, pagar contas, ter filhos e adepto responsável  do mau humor, isso permite caçar sem pudor os diferentes, principalmente os contentes, os mal sucedidos, os esquecidos, feridos, perdidos ... tanta gente para caçar antes de admitir que algo tem que mudar.

  A vida não pode ser essa sociedade, não pode ser o que acho justo, só conheço o peso dos meus custos e o que julgo erro, a cada olhar de desprezo que lanço não sei quantos eu enterro e pensar nisso me faz querer dar um berro, mas se fizer isso como estou, me internam, nunca fiquei bem de terno para me agarrar a causas que permitam a violência da ciência de mudar o desesperado cansado que chama o berro de brado só para poder gritar, a vida tem que ter mais espaço para criar, para dançar, tá ficando difícil até de respirar e olha que não falta ar, cada um tinha que ter mais opções para seu caminho, alguns querem tesão outros carinho, seu gigante talvez seja meu moinho e errado talvez seja não se permitir, cauterizar ou desistir.

  A vida é tanta coisa que não sei se posso rotular, prefiro apenas tentar, errar, ser hipócrita e me arrepender, desassociar tentar de macular, te vejo caído, preso ao passado, lamentando o que os outros não podem, não querem, conjugando no passado motivos e causas, cortando lentamente as próprias asas, queimando a mão de quem tenta te levantar e quando estou prestes a estourar, a te agredir, me vejo em você, causando dor em alguém apenas por não conseguir, aí respiro fundo, ainda consigo mesmo chorando por dentro sorrir, eu preciso admitir que te amo e dói te ver assim, mas amar é respeitar, começo ou fim, venho quando posso, escuto quando consigo, sua dor é ... sei lá tanta coisa, a minha é não poder te dar alívio. 

  
Imagens via pixabay: 

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